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  • Marcos Nogueira

Cerveja para o inverno


Existe, no Brasil, o hábito de se associar a cerveja ao verão e o vinho ao inverno. Faz sentido se você chamar de cerveja as pilsen aguadas que a garotada toma aos hectolitros nas mesas metálicas dos botecos da vida. Mas pense que todos os países com tradição cervejeira são frios à beça – até porque a cevada prefere temperaturas baixas e o lúpulo não se adapta bem ao calor.

Alguns estilos de cerveja têm características que os tornam mais adequados aos dias frios. Cervejas escuras, com predominância de maltes tostados, vão bem porque remetem a bebidas quentes como café e chocolate. Bebidas encorpadas – por corpo, se entende a percepção de densidade de uma bebida na boca – também são reconfortantes na friaca. Por último, mas não menos importante, o álcool é o responsável pela sensação de aquecimento – todos sabemos que, quanto mais álcool, maior o fogo.

Há extremos: cervejas licorosas e com o teor alcoólico de dois dígitos, que devem ser bebidas em golinhos, feito conhaque – e que, além de tudo, são caríssimas. Para não machucar muito o bolso nem se distanciar tanto assim do jeito brasileiro de beber cerveja, sugiro uma imperial IPA, uma strong ale belga, uma bock, uma stout forte ou uma porter.

A Dama Bier, de Piracicaba, acaba de relançar a Smoked Porter. Trata-se de um rótulo sazonal de inverno, que eu tive a oportunidade de provar ontem, no Empório Alto dos Pinheiros. Ela é preta como piche, razoavelmente encorpada e tem teor alcoólico de 6,5%, que esquenta sem embaralhar o pensamento no primeiro gole. O aroma defumado é suave (nada como uma rauchbier alemã) e ajuda na sensação de aquecimento (lembra o cheiro de uma lareira ou fogareiro). E o melhor de tudo é que o preço não assusta: vai ficar na faixa dos R$ 25.

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