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  • Marcos Nogueira

Cozinha Bruta virou livro: corra para comprar

Adoro comer. Cozinhar veio naturalmente. Um dia percebi que, se preparasse minha própria comida, aumentariam minhas chances de comer bem. Sou um cliente chato, exigente, por isso sempre me senti obrigado a caprichar no alimento que sirvo a mim mesmo.

Não me passa pela cabeça tornar-me cozinheiro profissional. Posso vir a vender a comida que preparo, como já fiz uma ou duas vezes, mas certamente vou parar com a brincadeira se perceber que a graça acabou. Cozinho por diversão. Meu trabalho é escrever. E, ainda bem, também adoro o meu ofício de escritor.

Como jornalista e escritor, tenho um currículo bastante eclético: editor policial, divulgação científica, perfilador de celebridades, colunista de bebidas, sommelier de suruba. A escrita nunca foi tão fluida para mim quanto neste projeto – que envolve o blog e o livro recém-lançado pela revista Superinteressante (onde trabalhei como editor por cinco anos).

Estou à vontade no papel de cozinheiro bruto. O nome do projeto, Cozinha Bruta, tem uma evidente pegada de auto-ironia (é só olhar minha aparência), mas guarda outro sentido bem mais sério. Entender a transformação do alimento, desde o ingrediente bruto até o prato montado, se tornou uma obsessão para mim. Aqui, livre de obrigações contratuais ou empregatícias, posso compartilhar minhas experiências sem a preocupação com espaço ou ajuste de tom do texto.

Não espere de Cozinha Bruta um livro de receitas. Livros de receitas valem muito mais como inventário do autor em questão do que como material de consulta para cozinheiros amadores. Com a internet, ninguém mais precisa de receituários. Basta dar um Google e achar a receita que tem mais estrelinhas na frente.

Presumindo que eles ainda guardem alguma utilidade (o parágrafo anterior guarda algum exagero), os livros de receita não ensinam ninguém a cozinhar. É sério. Receita é decoreba, é aquela fórmula de equação que você memorizava para não levar bomba em matemática.

Fórmulas têm seu valor? Certamente. Muito mais quando se trata de ciência exata. Não é o caso da cozinha. As variáveis envolvidas são muitas, e muitas delas não podem ser controladas pelo cozinheiro. A umidade relativa do ar, a altitude do lugar em que se cozinha, as especificidades de cada equipamento requerido, a qualidade dos ingredientes disponíveis em determinada época ou região. Todos esses fatores afetam o resultado do esforço do cozinheiro. Mas raramente são considerados nas receitas. Nem haveria como.

É evidente que há receitas no meu livro. Muitas delas. Mas essas receitas só aparecem depois de muita história rolar – e você lê o meu blog, já conhece o estilo.

As histórias são o meu forte. No livro Cozinha Bruta, procuro expor o contexto cultural das comidas que apresento, não apenas o número de colheres de açúcar. É um livro para leitura, não apenas para a consulta na hora de preparar o jantar. Nele, eu narro minha experiência num matadouro de bois, o desvio de rota para comer uma pizza em Nápoles e a peregrinação em busca de cerveja defumada na Alemanha.

Num lado mais prático, procuro descrever minuciosamente minhas experiências. Sou um aprendiz na cozinha, e acho que posso ajudar outros aprendizes com a minha escrita. Fiz questão de não omitir as coisas que fiz errado – é errando que se aprende, mas o ego muitas vezes nos fazer varrer este clichê para debaixo do tapete.

Não foram poucos erros: a copa que apodreceu na minha adega de vinhos, o acidente que quase pôs fogo na minha casa... Só na receita de espaguete à carbonara, venho errando há pelo menos quinze anos. Acho que agora cheguei perto de acertar.

Creio firmemente que o aprendizado legítimo só ocorre quando você conhece os elementos e entende os processos. Por isso, não poupo o leitor de algumas digressões históricas ou científicas. Espero ter conseguido fazê-lo da forma menos aborrecida possível.

Enfim, o livro já chegou às bancas e eu quero que você o compre, pois eu investi nele um bocado do meu tempo e da minha capacidade produtiva – e curti bastante o resultado.

Ainda não foi marcado nenhum evento de lançamento formal. As noites de autógrafo serão anunciadas aqui no blog e nas páginas da Cozinha Bruta no Facebook e Instagram. Dá um like lá, vai!

Enquanto isso, você pode procurar o livro numa banca de revistas, livraria ou online, neste site.

Obrigado pela paciência e boa leitura.

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